Coluna Palavra e Vida com o padre Amarildo Luciano – SER MISSIONÁRIO CABOCLO

SER MISSIONÁRIO CABOCLO
Pe. Amarildo Luciano CSsR – Vice-Provincial Redentorista, comunicador e mestrando em teologia
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Estamos iniciando o mês missionário. A Igreja está nos recordando a nossa vocação batismal de discípulos e missionários de Jesus Cristo. “Jesus Cristo é missão”. Não é coerente seguir Jesus sem anunciá-lo. “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20), disseram os apóstolos das primeiras comunidades.

A missão pode ser compreendida de várias formas, mas tudo começa com o discipulado. Quando nos decidimos por comprometer a nossa vida com ele, assumimos todos os riscos que essa decisão comporta. ” Quem quiser me seguir, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16

A missão implica sair e ir sem medo para encontrar o outro. Ir, sem medo, para servir. Missão é serviço. É compromisso com uma causa grande que exige renúncia.

Em tempos passados conhecíamos os missionários que chegavam de terras distantes, quase todos europeus ou norteamericanos. Saíram de suas terras por um ideal: anunciar a salvação a todos os povos e fazer discípulos em todas as nações, sabendo-se assistidos pelo próprio Senhor que prometeu estar com os seus até os confins da terra (Mt 28,19-20).

Mas os tempos mudaram. Hoje poucos missionários chegam de fora. Aliás, muitos países que no passado enviaram missionários para várias partes do mundo, hoje precisam que missionários de várias partes do mundo vão lhes ajudar na missão. A periferia envia missionários para o centro do mundo.

Na Amazônia, nosso grande desafio é garantir a continuidade da missão com missionários locais, caboclos apaixonados por Jesus e dispostos a viver nas comunidades assumindo o jeito do nosso povo.

Ser missionário caboclo implica identificação com a nossa região, com a realidade onde Deus se revela sem complicações. Ser missionário implica disposição para viver a alegria do encontro e a solidão dos rios e das veredas por onde se deve passar e pernoitar.

A solidão por amor à missão ganha um sentido profético. O missionário aceita a solidão para se fazer solidário sem se tornar solitário.