No Norte, 29% dos médicos relatam sintomas de ansiedade, aponta pesquisa da Afya

No Norte, 29% dos médicos relatam sintomas de ansiedade, aponta pesquisa da Afya

23 de setembro de 2025 0 Por redação

No país, cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental, um aumento de 13% em relação ao ano anterior e retorno ao patamar observado no período pós-pandemia;

Neste Setembro Amarelo, Afya lança campanha “Bora se Cuidar” para promover reflexão sobre saúde mental

 Com rotinas de trabalho que podem ultrapassar 70 horas semanais e uma pressão constante pela excelência em toda jornada, médicos enfrentam condições que favorecem o esgotamento emocional. Nova pesquisa Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, mostra que cerca de 45% desses profissionais apresentam algum quadro de doença mental. No Norte, quase um terço dos médicos relata sintomas de ansiedade sem acompanhamento (29%), evidenciando um risco elevado de subtratamento.  A região também se destaca com 36% dos profissionais relatando sintomas de bournout.A prática regular de atividade física r econhecida como um fator protetivo para sintomas de doenças psíquicas, tem desempenho mais baixo no Norte, 33%. 

Para dar visibilidade a esse tema tão relevante e criar um espaço de acolhimento, neste Setembro Amarelo, a Afya lança a campanha “Bora se Cuidar”, que aposta na leveza para tratar da saúde mental e se propõe a ser um porto seguro não só para médicos, mas também para os estudantes, que enfrentam uma carga horária acima da média de outros cursos. A Afya está presente no Amazonas com unidades de graduação nos municípios de Manacapuru e Itacoatira, além de oferecer cursos de pós-graduação em Manaus.

A campanha conta com um vídeo protagonizado pelo influenciador médico Ricardo Kores, que traz a proposta “do riso à reflexão”. Além disso, há conteúdos de outros profissionais, podcasts e uma landing page exclusiva, que reúne diferentes formatos de apoio, como chat de ajuda, cartilha de autocuidado e calendário de eventos, permitindo que cada pessoa escolha o conteúdo que melhor se encaixa em seu momento.

“A formação médica exige dedicação integral, o que, somado à cobrança por excelência e à dificuldade de reservar tempo para si, pode favorecer o esgotamento emocional. A Afya quer tornar essa jornada menos solitária e mais sustentável do ponto de vista emocional. O cuidado precisa começar ainda na base, durante a graduação, e se estender por toda a trajetória da Medicina”, destaca Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

Burnout, ansiedade e depressão

Em comparação com o ano anterior, o estudo Qualidade de Vida do Médico aponta um aumento de 13% no número de profissionais que relatam algum quadro de doença mental, um retorno ao patamar observado no período pós pandemia.

O recorte de gênero também chama atenção: 51,8% das médicas foram diagnosticadas com algum transtorno em 2025, frente a 46,8% no ano anterior. “O aumento geral desses números pode estar relacionado à maior conscientização sobre saúde mental, que tem levado mais médicos a reconhecer sintomas, buscar apoio especializado e obter diagnósticos adequados”, explica o médico Eduardo Moura, que está à frente do Research & Innovation Center da Afya.

O estudo também aponta que 1 a cada 2 médicos (58,2%) já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho, enquanto 4 em cada 10 convivem com um diagnóstico de transtorno de ansiedade. Apenas 24,7% dos respondentes afirmam nunca ter apresentado sintomas de ansiedade — o que significa que mais de 75% já vivenciaram algum grau de sofrimento ansioso ao longo da vida.

A pesquisa também busca avaliar o número de diagnósticos de depressão entre médicos e médicas e se há tratamento e acompanhamento com um especialista.

No caso específico da depressão, apenas 36,1% nunca apresentaram sintomas — ou seja, quase dois terços da amostra já vivenciaram, em algum grau, experiências depressivas. Além disso, 22,6% já foram diagnosticados em algum momento e atualmente não convivem com a condição. Hoje, 41,3% manifestam sintomas de depressão, sendo 25,7% diagnosticados formalmente com a condição. Ainda assim, parte desse grupo não realiza acompanhamento com especialista.

Quanto ao diagnóstico de depressão, marque a alternativa que melhor se adequa ao seu estado atual:TotalFemininoMasculino
Nunca apresentei sintomas de depressão36,1%31,4%42,6%
Já fui diagnosticado com depressão no passado, mas atualmente não tenho a doença22,6%24,6%20,0%
Apresento sintomas de depressão, mas ainda não estou em acompanhamento com especialista15,6%15,7%15,6%
Tenho um diagnóstico atual de depressão, trato e acompanho com especialista22,3%25,1%18,2%
Tenho um diagnóstico atual de depressão, mas não trato3,4%3,2%3,6%

As mulheres relatam a condição com mais frequência em todas as etapas do ciclo da doença. Elas são maioria tanto entre aquelas que têm diagnóstico atual e fazem acompanhamento (25,1%, contra 18,2% dos homens) quanto entre as que já foram diagnosticadas (24,6% contra 20%).

“Os números mostram que o sofrimento emocional dos médicos não é pontual, é estrutural. Altos índices de ansiedade, burnout e depressão, somados às desigualdades de gênero, revelam a urgência de reposicionar o cuidado com quem cuida como prioridade estratégica. Isso exige políticas contínuas, integradas e sensíveis às realidades da profissão. Mais do que estatísticas, os dados escancaram urgências humanas que o país não pode mais ignorar”, afirma Moura.

A pesquisa foi realizada pelo Research & Innovation Center da Afya entre os dias 29 de janeiro e 1º de abril de 2025, com uma amostra de 2.147 médicos brasileiros. O estudo buscou compreender aspectos relacionados à saúde mental, qualidade de vida e hábitos de autocuidado entre profissionais da medicina.

Compromisso de longo prazo

O cuidado com a saúde mental de médicos e estudantes de medicina é uma causa da Afya. Em 2023, a empresa lançou, na sede da ONU, em Nova Iorque, este compromisso com o bem-estar de médicos e estudantes, durante o evento SDGs in Brazil, do Pacto Global da ONU. No ano seguinte, foi reconhecida com o Prêmio Nise da Silveira de Boas Práticas e Inclusão em Saúde Mental, concedido pela Câmara dos Deputados.

Em 2024, a campanha “Está tudo bem?” trouxe o debate sobre o estigma que impede médicos de procurar ajuda. Este ano, o objetivo é incluir também os estudantes na conversa, reforçando a importância de cuidar da saúde emocional desde a graduação.

Sobre a Afya

A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de Medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

Foto: Divulgação