Deputado critica gasto de R$ 190 milhões do Governo com comunicação, enquanto hospitais sofrem com falta de investimento no AM
18 de novembro de 2021O desprezo do Governo do Amazonas com a saúde pública do Estado e os gastos desnecessários da atual gestão foram o tom de revolta do deputado estadual Wilker Barreto durante Sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta quarta-feira, 17. Na tribuna, o parlamentar criticou o gasto de R$ 190.489.733,30 milhões do Executivo com a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) em 2021, enquanto que os principais hospitais do Estado sofrem com baixo aporte de recursos para melhoria dos serviços de saúde.
Em tom duro, Wilker lamentou o alto valor gasto pela Secom, enquanto que o Hospital do Coração Francisca Mendes (HCFM), considerado referência em cirurgias cardíacas na região Norte, recebeu aporte de R$ 1.859.547,22. Responsável por um grande fluxo de atendimentos hospitalares do Estado, o Hospital e Pronto Socorro (HPS) 28 de Agosto, na Zona Centro-Sul de Manaus, recebeu apenas R$ 71.142.476,63 em investimentos do Governo. Os dados são do Portal da Transparência do Governo.
“Neste exato momento, temos uma fila interminável de cateterismo, retenções de leitos nos hospitais e sabe qual foi o crescimento do gasto em propaganda do governo? Saiu de R$ 130 milhões para R$ 190 milhões, equivalente hoje a seis grandes hospitais. É estarrecedor o que acontece hoje na saúde do Amazonas”, ponderou Barreto.
O líder da oposição na Aleam também revelou que o índice de leitos do Estado é de 1,22, inferior à média nacional para cada grupo de 1.000 habitantes, que é de 2,36. Além disso, o número é abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 2,5 a 3,0 leitos na mesma amostragem. Para Barreto, não houve nenhuma evolução na saúde pública por parte do Governo.
“Mesmo com o colapso do que foi a pandemia, o que mais o povo do Amazonas esperava era que algum tipo de estrutura pode ter ficado no interior, algum avanço na urgência e emergência, mas infelizmente não. O interior continua entregue à própria sorte, não ficamos com nenhum legado de estrutura pós-Covid”, relatou o deputado.
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