Coluna Palavra e Vida com o padre Amarildo Luciano – DIVAGAÇÕES DE INÍCIO DE ANO
6 de janeiro de 2022DIVAGAÇÕES DE INÍCIO DE ANO
Pe. Amarildo Luciano CSsR – Vice-Provincial Redentorista, comunicador e mestrando em teologia
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“Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (Antoine-Laurent de Lavoisier).
No início do ano é sempre assim.
A gente fala de recomeço, de conversão, de renovação. Somos nós em luta contra o tempo.
O tempo nos transforma, nos desfaz e nos refaz, nem sempre em comunhão com nossos discursos. Afinal, tantas e tantas vezes dizemos uma coisa e fazemos outra.
Até que tentamos ser coerentes, mas alguma coisa interrompe o passo. Lá na nossa estrada está sempre o tempo a exigir de nós algo a mais. O tempo não nos deixa ser. O tempo nos exige devir (vir a ser, tornar-nos, transformar-nos).
O fim e o início do ano é apenas uma convenção. Sim, de fato. Mas uma convenção necessária. É essa contagem boba do tempo fracionado que nos permite avaliar o que estamos sendo ou nos tornando.
Só seremos de fato nós quando nos livrarmos das garras do tempo, quando estivermos do lado de fora, no que chamamos de eternidade.
Na eternidade seremos o que sempre buscamos ser. Ou o que Deus quer pra nós.
Por enquanto, somos uma construção que se ergue e desmorona de tempo em tempo. Só seremos de fato nós, quando virarmos pó e deixarmos de nos identificar com aquilo que construímos para nos representar, uma vez que aqui somos apenas devir.