Cheia dos rios aumenta risco de ataque de animais peçonhentos, alerta Corpo de Bombeiros

Cheia dos rios aumenta risco de ataque de animais peçonhentos, alerta Corpo de Bombeiros

23 de junho de 2021 0 Por redação

Serpentes, aranhas e escorpiões são espécies de animais peçonhentos frequentemente encontradas na região amazônica. Na cheia dos rios, que em 2021 atingiu recorde histórico, junto com a subida das águas também cresce o risco de esses bichos invadirem moradias. O cenário deve servir de alerta para moradores, para não serem vítimas de picadas e ferroadas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), o período deve ser marcado por cuidados básicos na casa e nos quintais. Guardar materiais como madeiras em locais úmidos e acumular objetos expostos às chuvas, infiltrações e à própria subida das águas acabam servindo para atrair os animais, que muitas vezes estão em busca de um abrigo.

Além de combater o acúmulo de lixo e investir na organização dos objetos, outra dica é evitar andar descalço ou sem botas por locais encharcados e com vegetação rasteira e inundada. Essas medidas preventivas podem ser cruciais para impedir a ocorrência de picadas de cobras venenosas, por exemplo, já que são nestes ambientes naturais que esses animais frequentam.

Instrutor de ensino do CBMAM, o sargento Ewerton Augusto aconselha o que deve ser feito de imediato nos casos em que acidentes com bichos peçonhentos já tenham ocorrido.

“Inicialmente sempre chame o socorro através do 193, dos Bombeiros, ou 192, do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Buscar, se possível, o reconhecimento do tipo ou espécie do peçonhento, ou pelo menos informar as características do animal”, destaca.

De acordo com o sargento, algumas das descrições fundamentais do animal para auxiliar no atendimento pré-hospitalar são o formato, cores e tamanho do bicho que causou a lesão. Estas informações são necessárias, pois identificam o tipo de veneno que atingiu a vítima e, dessa forma, orienta melhor o tratamento e antídoto correto e eficiente.

Não se deve aplicar qualquer produto por conta própria no local, fazer incisões na área picada ou tentar realizar a sucção da substância tóxica, pois isso pode espalhar o veneno através da boca.

O procedimento correto, nestes casos, é lavar o ferimento com água corrente e sabão, retirar anéis, braceletes e outros objetos de perto do local e evitar que o acidentado se movimente. Corridas ou caminhadas acabam ajudando a espalhar o veneno mais rápido no organismo.

Segundo o sargento, em Manaus, os acidentes mais comuns são com cobras do tipo jararaca. O seu veneno possui como efeito apresentar edemas, dor, bolhas, calor e vermelhidão no ponto do corpo atingido pela picada, além de necroses e abcessos. O tratamento médico é feito com o soro antiofídico, para neutralizar o veneno da serpente.

Peçonhentos ou venenosos? É comum que as pessoas confundam se o animal que causou o acidente é peçonhento ou venenoso. Os animais classificados como peçonhentos são os que produzem substâncias tóxicas que podem ser injetadas diretamente na vítima, por meio de um aparelho inoculador, ou seja, que introduz tal substância por meio de dentes, ferrões ou aguilhões.  São estes os casos das serpentes, vespas, abelhas, escorpiões e aranhas.

Já os animais venenosos não possuem a capacidade de injetar seu produto tóxico de forma natural na vítima. O envenenamento ocorre, nestes casos, pela ingestão, respiração ou contato com a pele do bicho. Peixes como baiacu e algumas espécies de rãs são alguns dos exemplos.

FOTOS: Acervo SSP-AM