Coluna “Palavra e Vida” com o padre Amarildo Luciano – PENSANDO NA VOCAÇÃO

PENSANDO NA VOCAÇÃO
Na Igreja o mês de agosto é chamado mês vocacional. Em cada domingo celebramos uma vocação específica: sacerdotal, familiar, religiosa e leiga.
Sobre a vocação sacerdotal, celebrada no primeiro domingo de agosto, é fácil associar a missão do padre à missão do Cristo-Sacerdote com as palavras bíblicas: “todo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados. E possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. E por esta causa deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus” (Hb 5,1-4).

Ser padre não é uma honra em si mesmo, mas é antes um serviço em favor dos outros. Há um Deus que chama e uma comunidade que espera uma resposta. Portanto, a resposta a Deus se exprime no amor a uma comunidade de fé.

A vocação familiar também está, como todas as formas de chamado, associada a Cristo. Por Cristo, com Cristo e em Cristo toda vocação começa e se orienta. E sem Cristo nos tornamos apenas profissionais e não discípulos e missionários. Daí que muitas famílias não se sustentam posto que se esquecem que são constituídas por Ele. “Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!” (Mt 7,24-27).
Da mesma forma que alguém se prepara para o sacerdócio ministerial, é dever dos jovens que se sentem chamados à vida familiar, preparar-se para formar uma família de acordo com a vontade do Senhor. Toda vocação, assim, é sacerdotal, porque é uma doação. O egoísta não se compreende vocacionado.

A Vida Religiosa Consagrada é outra forma de vocação. Trata-se de uma opção livre por um estado de vida radical marcada pelos Conselhos Evangélicos da Pobreza voluntária, da Castidade por amor do Reino e da Obediência como expressão de liberdade. Religiosos, nesse sentido, são homens e mulheres que se decidem por professar os votos religiosos num instituto com um carisma próprio e optam por viver, geralmente, numa comunidade. Viver e crescer em comunidade.

A vocação leiga, comum de todos os fiéis batizados, começa no nosso batismo. Todos os fiéis batizados fazemos parte do corpo místico de Cristo. Os leigos (no sentido de laicos) são as pessoas que vivem o seu batismo no meio do mundo. São a presença da Igreja no meio do mundo e a presença do mundo no seio da Igreja. Mundo aqui é visto no sentido positivo, onde todos nós vivemos e nos integramos. Tudo está interligado.

Padre Amarildo Luciano CSsR – Vice-Provincial Redentorista, comunicador e mestrando em teologia