Com foco em vítimas de violência, MPAM encaminha recomendação para aprimorar registro de ocorrências em Japurá

Com foco em vítimas de violência, MPAM encaminha recomendação para aprimorar registro de ocorrências em Japurá

11 de julho de 2025 0 Por redação

Recomendação tem como intuito agilizar investigações policiais e adotar mecanismos mais efetivos de proteção às mulheres e à população LGBTQIAPN+

Com o objetivo de aprimorar o atendimento e a investigação policial em crimes de violência doméstica, familiar e contra pessoas LGBTQIAPN+, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) encaminhou recomendação com foco em atendimento especializado à 59ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), no município de Japurá. O procedimento foi determinado pela promotora de Justiça Emiliana do Carmo Silva.

O MP recomenda que o atendimento às vítimas utilize os formulários adequados, padronizados e específicos para ocorrências de violência. Durante o registro, a delegacia precisa disponibilizar o Formulário Rogéria, desenvolvido especificamente para o atendimento de ocorrências envolvendo violência e discriminação contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.

Já o Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar) deve ser preenchido por denunciantes de episódios que envolvem violência doméstica e familiar contra a mulher, para uma avaliação mais detalhada de riscos e vulnerabilidade da vítima.

No primeiro contato com o denunciante, a aplicação do formulário adequado permite:

  • Identificar o grau de exposição de risco;
  • Coletar informações detalhadas;
  • Sistematizar se há histórico de violência;
  • Traçar o perfil do agressor e a vulnerabilidade da vítima;
  • Subsidiar a decisão das audiências de custódia e medidas protetivas;
  • Orientar o procedimento investigativo, dentre outras medidas que contribuem para a adoção de mecanismos efetivos para a proteção das vítimas e a responsabilização dos agressores.

O despacho também cita a necessidade de capacitar os servidores da delegacia quanto à orientação para o preenchimento correto, completo e criterioso dos formulários, obtendo mais informações e facilitando as decisões judiciais. O despacho solicita resposta da 59ª DIP no prazo de 30 dias sobre as providências adotadas.

A promotora responsável pela recomendação, Emiliana do Carmo Silva, ressaltou no ofício a extrema importância da adoção dos formulários técnicos-especializados. “O Fonar e o Formulário Rogéria são ferramentas essenciais de proteção à vida e à integridade das pessoas em situação de vulnerabilidade. A utilização imediata deve ser encarada como prioridade absoluta no atendimento policial, especialmente considerando a urgência das audiências de custódia e a necessidade de informações técnicas precisas para subsidiar as decisões judiciais sobre prisão preventiva e medidas cautelares”, pontuou, em um trecho.
Foto: Divulgação/MPAM