Palavra e Vida com o pe. Amarildo Luciano – Saber viver
7 de junho de 2021Nesta semana eu celebrei as exéquias de uma senhora centenária que terminou seu ciclo na terra. Daí me vieram alguns pensamentos sobre o saber viver e morrer, pois nas extremidades da vida estão esses dois acontecimentos.
A vida, sopro de Deus, acontece misteriosamente. Somos um ciclo. Mais um ano de vida significa, na verdade, menos um ano. E assim caminhamos.
Somos marcados, como tudo o que é criado, pela finitude. A finitude é a nossa limitação máxima.
Em muitas pessoas a ideia de finitude denota desespero, angústia, medo. Em outras a finitude soa como chamada de atenção para avaliação constante para o modo como vivemos e como queremos terminar nossos dias. Morrer se torna “meta” que exige preparação. E felizes os que se preparam para esse evento.
Para os cristãos, a finitude encontra continuidade na eternidade. Somos finitos, mas chamados à eternidade. Como assim? É que nos tornamos eternos por participação na eternidade divina. Na nossa condição criatural, participamos da glória do Criador por pura graça.
Enquanto estamos caminhando, vale a inspiração paulina: “não desanimemos. Mesmo se o nosso exterior se vá arruinando, o nosso interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia” (2Cor 4,16).
Não permitamos, portanto, que o tempo nos envelheça por dentro. Aceitemos as marcas da nossa historicidade contemplando na fé a morada eterna.
Boa semana
Pe. Amarildo Luciano CSsR – Vice-Provincial Redentorista, comunicador e mestrando em teologia