Quanto menor a renda familiar, mais a mulher assume sozinha a responsabilidade pelas finanças do lar, revela pesquisa da Serasa

Quanto menor a renda familiar, mais a mulher assume sozinha a responsabilidade pelas finanças do lar, revela pesquisa da Serasa

6 de março de 2025 0 Por redação

No Norte do país 35,7% das mulheres são as únicas responsáveis financeiras do lar.

Cada vez mais protagonistas da realidade brasileira em todas as circunstâncias, as mulheres assumiram de vez a liderança no controle financeiro das famílias, em especial as de menor renda, como revela pesquisa inédita produzida para marcar o Dia Internacional da força feminina. De acordo com o levantamento, 93% das mulheres contribuem financeiramente para o sustento do lar, sendo que, em 33% das famílias, elas são as únicas responsáveis pela geração de renda. Em 2023, o índice de mulheres que participavam das finanças das casas era de 88%. No Norte do país 35,7% das mulheres são as únicas responsáveis financeiras do lar.

O desafio é maior para as mulheres das classes D e E, que são as únicas responsáveis financeiras em 43% dos lares. Há uma grande diferença social ao comparar com as classes A e B, quando a responsabilidade feminina pelo sustento familiar cai para 18%. O destaque delas se reforça em relação ao planejamento econômico: 64% das entrevistadas pelo Instituto Opinion Box afirmam liderar a organização financeira da família.

Dupla jornada

O protagonismo, porém, traz impactos preocupantes, como revelam 90% das entrevistadas: além do trabalho profissional de gerar renda fora de casa, as mulheres não têm a opção de renunciar às responsabilidades domésticas, tendo de equilibrar as duas frentes ao mesmo tempo. No Norte, esse percentual chega a 87%. Mesmo assim, 85% das mulheres brasileiras celebram o fato de conquistarem espaços no mundo das finanças, um terreno predominantemente masculino por décadas.

Chama a atenção, negativamente, o fato de que somente 66% das entrevistadas percebem que o trabalho externo de geração de renda é valorizado dentro da própria casa, um percentual que melhora conforme a renda (83% para alta renda e 73% para média renda) e cai nas famílias de baixa renda (60% para classe D e 53% entre a classe E).

“Felizmente percebemos o crescimento do papel das mulheres na gestão financeira dos lares, tomando esse papel de garantia de um orçamento familiar sob controle”, afirma Patrícia Camillo, gerente da Serasa. “Acostumadas a gerenciar a rotina e até situações de escassez, elas conseguem equilibrar as reais necessidades à renda disponível e se mostram mais preocupadas em evitar o endividamento familiar”, confirma a especialista em educação financeira.

Imóvel e dívida quitada

A pesquisa ainda reforça a responsabilidade feminina destacada pela especialista da Serasa. Quando estimuladas a revelar os planos financeiros para o futuro, 36% das mulheres colocam a compra de imóvel e a quitação das dívidas já contraídas como prioridade, um indicador que reflete as negociações registradas no Feirão Serasa Limpa Nome: as mulheres fecharam 25% mais acordos do que os homens, demonstrando maior compromisso com a regularização das finanças.

Outros insights da pesquisa

ü  A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios enfrentados pelas mulheres.

ü  Quanto mais jovens, mais dificuldades as mulheres têm de conseguir crédito: são 62% das mulheres da Geração Z, 48% entre Millenials, 40% entre a Geração X e 16% entre as Baby Boomers.

ü  8 em cada 10 mulheres pediram crédito nos últimos 12 meses: pagar uma despesa inesperada (26%), pagar dívidas de cartão (22%) e limpar o nome (21%) são os principais motivos da solicitação.

ü  85% das mulheres entrevistadas já tiveram algum pedido de crédito negado.

ü  As redes sociais são a maior fonte de aprendizado sobre finanças entre as mulheres (33%), seguido pelas informações em site/app de banco (28%) e buscadores na internet (26%).

ü  3 em cada 4 mulheres se sentem representadas e mais confiantes quando escutam mulheres falando sobre economia.

Metodologia

Pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box entre 14 e 24 de fevereiro de 2025, com 1.383 entrevistas realizadas com mulheres de todo o país. Margem de erro: 1,6pp