Com MPAM, MPT e MPF, reunião do Fórum de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos aborda projeto de análise rápida de contaminação de frutos
31 de julho de 2025Encontro, ocorrido na tarde de ontem (30), também discutiu o uso indiscriminado de drones para aplicação desses produtos

Coordenado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) desde 2016, o Fórum Amazonense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos reuniu, na tarde desta quarta-feira (30/07), no auditório da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), representantes do órgão e dos Ministérios Públicos Federal (MPF), como coordenador-adjunto, e do Trabalho (MPT), para tratar de questões envolvendo a saúde do trabalhador. O grupo se reúne periodicamente para discutir assuntos que envolvem os impactos na saúde da população e no meio ambiente.
Na ocasião, o MPAM esteve representado pela promotora de Justiça Aurely Freitas Germano Penha, também coordenadora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do MP, e pelo promotor de Justiça Timóteo Ágabo Pacheco de Almeida, que responde atualmente pela 18ª Promotoria de Justiça Especializada no Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Prodemaph).
O principal tópico do encontro foi a apresentação do Projeto de Análise Rápida da Contaminação de Frutos por Agrotóxicos, feita pela professora Aline Ellen Duarte de Souza, da Ufam, com a palestra “Ciência que combate o veneno: inovação em fisiologia pós-colheita na Amazônia”.
“É muito importante que as universidades contribuam com pesquisas para diminuir os impactos dos agrotóxicos na saúde da população e no meio ambiente. A análise de agrotóxicos nos alimentos é essencial para que a sociedade conheça o quanto as concentrações existentes são prejudiciais à saúde, e a pesquisa apresentada pela professora Ellen tem justamente esse propósito, ao promover práticas sustentáveis de redução do uso de agrotóxicos”, comentou a promotora Aurely Freitas.
A promotora de Justiça ainda citou como uma grande vitória recente o sancionamento, via governo federal, do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), no fim de junho. A finalidade da iniciativa é implementar ações que contribuam para a redução do uso desses produtos.
Atenção aos drones
Outro ponto de discussão relevante da reunião, de acordo com o promotor Timóteo Ágabo, foi o uso indiscriminado de drones para a aplicação de agrotóxicos. Segundo ele, atualmente tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) exatamente sobre o uso desses equipamentos para o despejo irregular e indiscriminado de agrotóxicos, “nocivos em quantidade e em composição ao meio ambiente e à saúde humana”.
“Trata-se da ADI nº 7.794, que aborda uma lei autorizadora dessa prática no Estado do Ceará. Já há relatos, inclusive, de oferecimento de cursos de pilotagem de drones com essa finalidade. Pedimos o encaminhamento da notícia e, caso seja verificada a ocorrência da prática, ela terá o devido e integral acompanhamento fiscalizatório do MP do Amazonas, com todas as ações extrajudiciais e judiciais pertinentes”, comentou.
Reforço interinstitucional
Além da promotora Aurely Freitas e do promotor Timóteo Ágabo, pelo MPAM, o evento também contou com a presença do procurador da República Fernando Merloto Soave, pelo MPF, e da procuradora do Trabalho Erika Massim Emediato, pelo MPT, além de outras entidades locais com atuação na área de meio ambiente.
Sobre o fórum
O Fórum Amazonense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos foi instalado em 2016, sob execução do Grupo de Trabalho (GT) Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, da Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Entre seus objetivos está a criação de fóruns nos estados, a partir de uma articulação conjunta dos ramos do Ministério Público com a sociedade.
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