Coluna Palavra e Vida com o padre Amarildo Luciano – 12 ANOS DE PADRE
12 de janeiro de 202212 ANOS DE PADRE
“Dou graças àquele que me deu forças: Cristo Jesus, nosso Senhor. Foi ele quem me julgou digno de confiança e tomou-me para o seu serviço” (1Tm 1,12)
Neste dia 09 de janeiro, na festa do batismo do Senhor, completo 12 anos de padre. Na cidade de Porto Walter, no Acre, a Igreja toda rezou e o Dom Mosé, então bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, impôs as mãos juntamente com os presbíteros presentes. Lembro-me muito bem da força daquelas palavras implorantes:
“Nós Vos pedimos, Pai todo-poderoso,constituí este vosso servo na dignidade de presbítero;renovai em seu coração o Espírito de santidade;obtenha, ó Deus, o segundo grau da Ordem sacerdotal que de Vós procede,e a sua vida seja exemplo para todos.
Seja cooperador zeloso da nossa Ordem,a fim de que, pela sua pregação,as palavras do Evangelho frutifiquem,pela graça do Espírito Santo,nos corações dos homens,e cheguem até aos confins do mundo.Seja, juntamente connosco,fiel dispensador dos vossos mistérios,para que o povo que Vos pertence renasça pelo banho da regeneração e se alimente do vosso altar,os pecadores se reconciliem e os enfermos encontrem alívio.Una-se a nós, Senhor,para invocar a vossa misericórdia pelo povo a ele confiado e em favor do mundo inteiro.Assim todas as nações,congregadas em Cristo,se hão-de converter num só povo que vos pertença,
e consumar-se no vosso Reino”.
12 anos de ministério
Recentemente tenho lido muito sobre a identidade do presbítero católico. E vejo que estamos sempre nos formando a partir das experiências com as comunidades, da relação com os irmãos de ministério e sobretudo com a participação nos sacramentos. Crescemos na identidade presbiteral quando compreendemos o que disse João Batista: “É necessário que ele cresça, e eu diminua” (Jo 3,30).
Muita coisa mudou
Sim. A gente precisa de um tempo para se dar conta que o ministério não é uma propriedade pessoal. O ministério pertence à Igreja. A Igreja me confere o ministério para que eu haja em nome da Igreja. Não posso, por isso, abusar. Não devo fazer o que quero para agradar/atender a interesses que não estejam em conformidade com o que a Igreja espera do correto exercício do ministério a mim conferido.
O ministério nos é dado por meio da Igreja, mas a sua origem está em Deus.
Assim o bispo reza: “Sois Vós o autor da dignidade humana,o distribuidor de todas as graças,por Vós crescem e se tornam firmes todas as coisas.
Para formar o povo sacerdotal,Vós lhe dais e estabeleceis em diversas Ordens,os ministros de Cristo, vosso Filho,pelo poder do Espírito Santo.
Já na antiga Aliança se desenvolveram funções sagradas que eram sinais do sacramento novo.
A Moisés e a Aarão,que pusestes à frente do povo para o conduzirem e santificarem,
associastes como seus colaboradores outros homens também escolhidos por Vós.
No deserto, comunicastes o espírito de Moisés a setenta homens prudentes,com o auxílio dos quais ele governou mais facilmente o vosso povo.Do mesmo modo as graças abundantes concedidas a Aarão,Vós as transmitistes a seus filhos,a fim de não faltarem sacerdotes, segundo a Lei,para oferecer os sacrifícios do templo,sombra dos bens futuros.Nos últimos tempos, Pai Santo,enviastes ao mundo o vosso Filho Jesus,Apóstolo e Pontífice da nossa fé.
Ele a Si mesmo Se ofereceu a Vós,pelo Espírito Santo,como vítima imaculada,e tornou participantes da sua missão, os seus Apóstolos,santificados na verdade;a eles Vós juntastes outros companheiros,para anunciarem e realizarem, por todo o mundo,a obra de salvação”.
O ministério não anula a minha humanidade e nem me faz ser um super homem. “Senhor, concedei também, à nossa fragilidade, este cooperador,pois dele carecemos no desempenho do sacerdócio apostólico”.
Na nossa fragilidade se manifesta, não por nossos méritos mas por pura graça, a força de Deus. “Regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco, é que sou forte” (2Cor 12,10).
Gostaria de agradecer às pessoas que me ajudam a ser padre: meus irmãos de ministério, a minha Congregação Redentorista, as comunidades de fé, os familiares e amigos de ontem e de hoje, de perto e de longe.
Pe. Amarildo Luciano, CSsR – Vice-Provincial Redentorista, comunicador e mestrando em teologia